Olho para o céu e não vejo apenas nuvens ou sinto a ardência do Sol em contato com a minha retina. É muito mais do que isso. Muito mais do que os olhos humanos podem enxergar.
A brisa do vento acariciando meu rosto, como se quisesse cobri-lo de amor, a sensação de liberdade tomando conta do meu corpo com mais intensidade conforme o tempo.
Fechar os olhos e ficar descalça, andando na grama, sentindo-a fazer cócegas. Sentir a areia meio molhada, abaixo da camada de verde intenso, sujando cada centímetro dos meus pés, dando uma leve refrescada.
Caminhar até a praia, mudando completamente a temperatura do meu andar ao entrar em contato com os grãos de areia quentes daquele lugar libertador.
Senti-la engolir milimetro a milimetro da minha pele, enquanto o calor gostoso ia tomando conta do meu interior e, começando a suar e correr ao encontro do mar.
Aquela brisa me beijando suave e profundamente ao mesmo tempo, os pais olhando atentamente seus filhos fazendo castelinhos de areia, pessoas se exercitando e eu só conseguir ver a imensidão do mar que, a cada segundo, chamava pelo meu nome e cantava uma canção maravilhosa. Irresistível.
A sensação da água morna na minha pele me fazia esquecer de qualquer distração. As ondas quebrando perto do lugar onde estava, respingando gotículas daquele líquido salgado, sagrado -e sujo, mas isso é o que menos me interessava-. Sair de lá, e sentar no banco da pracinha, beber água pura, comer uma porção de batatinha e esperar os ventos me secarem.
Olhar pra trás e ver aquelas árvores enormes com suas folhas mexendo-se numa sincronia perfeita. Meu coração estava anestesiado de tanto tesão pela natureza que as pessoas teimam em fingir que não existe.
Adentrei na floresta, ainda descalça, e os galhos me davam um desconforto gostoso ao caminhar. O barulhos das folhas, dos meus pés tocando a grama e os passarinhos dançando da maneira mais engraçada e observante possível. Mas era a apresentação mais linda que já assisti. Os pios seguidos de zumbidos de suas asas batendo contra a brisa me davam vontade de querer voar com eles, olhar tudo lá de cima, analisar a visão que eles tem tanto privilégio de ver.
Sentar em um toco de árvore e aproveitar ao máximo possível daquele paraíso, não descoberto, antes que a noite caia e eu tenha que voltar a minha estranha realidade.
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